sábado, 31 de julho de 2010

Apenas um beijo

Tínhamos todos os ingredientes pra dar errado. Desde o primeiro momento parecia que havia algo mais conspirando pelo contrário. Você chegou e me olhou com esses olhos castanhos, imensos, me senti paralisada, te confesso, não sabia o que falar. Acabei falando tanto quanto pude, numa tentativa idiota de disfarçar que você havia conseguido me deixar tímida. Quando finalmente consegui me calar, você me venceu pelo cansaço e foi chegando devagarinho cada vez mais perto. Pude sentir sua respiração enquanto se aproximava e aconteceu o que jamais podia prever.

Senti seus lábios tocando levemente os meus, a combinação perfeita, movimentos ritmados, harmônicos, como uma melodia composta em uma noite de Junho, numa pracinha de uma cidade do interior. Senti uma tranquilidade invadindo todo meu corpo, paz, a paz que eu sempre procurei encontrei em você.

Você contraria as leis que estabeleci pra mim mesma, não é o tipo de homem por quem eu me interessaria a primeira vista, tampouco queria eu me abandonar daquela forma, refém dos desejos de alguém. Então o beijo tão doce acabou e você me fitou de perto, como criança sem saber o que fazer. Eu queria pedir mais, mas preferi o silêncio. Então você se aproximou de novo, a melodia recomeçou e agora tuas mãos estavam entrelaçadas as minhas e, posso jurar, que nossos corações batiam no mesmo ritmo, no mesmo compasso.

Os dias passam e parece um sonho, as vezes distante, todos aqueles momentos. Mas quando eu acho que não poderei mais esperar, você me renova, dizendo as mesmas palavras que ouvi no nosso momento mais precioso: "Eu espero a vida toda por você, pois sei que vale a pena". Agora faltam só 12 dias, meu coração está apertado, mas te espera pacientemente, pois tudo que preciso é de mais um beijo teu.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Desenhos invisíveis


Existem tatuagens invisíveis, grandes marcas que ficam na pele sem precisar de perfuração com objetos cortantes ou mesmo de força empregada para tal feito. Existem marcas profundas, inapagáveis que nenhum laser ou raspagem arrancam. Ninguém vê, mas quem carrega consegue enxergar. Essas marcas são lembranças encrostadas na pele, não saem, não desgrudam, não diluem, não somem. Os beijos tatuam nos lábios a marca dos lábios dele, as mordidas leves deixam marcas por onde passam. Pescoço, nuca, costas, toda a pele desenha um caminho, um mapa de todos aqueles momentos. Desenham a arquitetura dos corpos, a leveza e a destreza de cada simples movimento.
Essas marcas servem pra lembrar o que as vezes se tenta esquecer, são resquícios, testemunhas de todos os suspiros, de todas as carícias, do roçar sutil e prazeroso entre os corpos.
As marcas ficam. Não adianta esfregar na hora do banho, elas não vão escorrer pelo ralo. Não é tão simples assim. Elas são suas companheiras, e se existem e persistem é certamente por que algo não quer ser esquecido.