sábado, 27 de março de 2010

Recordação


Deixa eu ficar do seu lado?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Delicada


Queria ser delicada como as pétalas da mais simples rosa. Queria ter em mim a leveza dos pés da bailarina fazendo do palco seu picadeiro de emoções. Queria ser calma e suave como a brisa de um dia de verão.

Mas acabo sendo como una navalha afiada, peco em algumas palavras mal ditas, não ditas ou até que não deviam ser ditas.

Não sei dançar, bailarina nunca pude ser. Tenho a desenvoltura de um pato correndo na beira do lago para não ser pego, tropeço em minhas próprias pernas.

Ainda faço tempestades, algumas de pequena outras de grande proporção, mas acabo destruindo com elas meus poucos dias de verão.

Eu queria, como Cazuza, a sorte de um amor tranquilo, mas acabei esbarrando pelo caminho com tantas tormentas e desamores que as vezes custo a acreditar que esse sonho seja possível.

Não sou solúvel em água, se o fosse já teria me esvaido nas águas que derramei, que escorreram face abaixo.

Sou assim, as vezes doce, as vezes amarga. Mas sei reconhecer minhas falhas e buscar nelas forças pra caminhar e seguir em frente.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Três horas

Parece que foi hoje, mas foi ontem e eu queria que fosse agora. Ainda lembro com carinho da primeira vez que te vi, do modo como nos reconhecemos um no outro. Eu nunca gostei de caras cabeludos, tinha um certo preconceito, confesso. Mas você fez cair por terra meus estereotipos. Só hoje fui me tocar que já vai fazer seis meses desde que nos esbarramos por aí. Parece que faz mais tempo, pelo menos a vida toda.

Você nunca precisou de frases feitas ou de recados melosos pra me demonstrar todo seu carinho por mim. Você me mostra tudo no seu sorriso, no modo como me ouve atentamente e opina sobre minhas próprias opiniões. A gente discorda, mas não briga. Você consegue ser carinhoso até pra bater levemente na minha testa num tom de brincadeira. É tudo tão natural.

A gente se entende e cozinha até bem juntos, conversando sobre a vida e inventando coisas mirabolantes demais pra um simples molho de macarrão.

Ontem quando você abriu a porta depois dos dois ônibus que peguei e da mochila pesada que eu carregava eu vi que tinha valido a pena aquela caminhada. Teu abraço forte e sincero e jeito terno de me olhar foram minhas recompensas.

Tivemos três poucas horas pra matar as saudades, pra comprar Coca Cola no mercado e discutir filosoficamente porque ainda tomamos se faz tão mal. Dane-se, é gostoso! Concluímos aos risos.

Um almoço simples em família e eu concluí que queria  mais almoços assim aos domingos. E que tua mãe cozinha melhor que eu, sorte sua!

A gente dividiu nossos planos, nossos sonhos e inquietações e eu pensei por dois segundos que queria perder a carona de volta, pra prolongar um pouco mais a nossa conversa. Mas a carona nem atrasou e veio a despedida e mais dois abraços ternos e alguns "Gosto de ti, cara!", que você disse entre sorrisos. Só você me chama de cara sem me irritar, só você me faz pegar 2 ônibus lotados sem reclamar, só você modificou a minha vida pra melhor mesmo a 326 km de mim, em cinco encontros e em papos inúmeros no MSN.

Talvez se a gente se visse todo dia não seria especial como é. Especial como você é. Deve ser por isso que te escolhi pra ser meu amigo e pra caminhar comigo, não importa onde estiver.