sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Os homens da minha vida


Eu sou estranha, admito. Falo pelos cotovelos, falo alto, tenho uma risada grotesca e que me faz ficar envergonhada quando rio em público. Aliás, eu tenho medo das pessoas, me frustrei tantas vezes que agora eu penso muito, reflito antes de deixar alguém ser parte da minha vida, me conhecer. Não porque me ache melhor que as pessoas, não porque me veja frágil e indefesa perante o mundo e sim pelo simples fato de já ter passado por situações que me ensinaram que as coisas deviam ser assim.

Acredito que foi a decisão mais acertada, mas algumas coisas não obedecem a essa lógica que tracei. Algumas pessoas me invadem sem pedir licença e se alojam em mim e por mais que eu queria não consigo tirá-las, arrancá-las e nem negociar os sentimentos que as devoto.

Leoni me invadiu com suas "50 Receitas" uns anos atrás, em dias que nem quero recordar. E até hoje ele me toca, se renova em mim. Seus versos soam como um reflexo das coisas que sinto, e a grande maioria das suas músicas fazem parte do meu dia-a-dia.

Outro que me invade sempre é Hebert Vianna, sempre presente me lembrando que ele transformou em música as dores e anseios de muitos, inclusive a minha.

Pablo Neruda me invade com seus versos inconsequentes, me dilacera a alma com sua sensibilidade e traz de volta a realidade, quando necessário. Suas palavras me tocam e meu desejo é de trazê-lo de volta a vida só para abraçá-lo e agradecer o bálsamo que me fornece nos momentos difíceis.

Álvares de Azevedo traduziu-me em alguns poemas e sou grata e ele que me deu a oportunidade de compreender a mim mesma.

Damien Rice com seu violão afinado e sua voz rouca e suave acalmam e aliviam o peso de alguns dias difíceis.

John Lennon e Elvis vão sempre ser os maiores intérpretes da história pra mim. Cantavam com o coração e vivem na memória daqueles que mesmo que não tenham nascido em suas épocas sentem como se eles cantassem hoje, a música rompe as barreiras do tempo, da vida e da morte.

Esses são os homens da minha vida, que me atravessam, me fazem rir, chorar, aqueles de quem não abro mão, que nunca me conheceram, mas que em suas letras e versos traduziram os sentimentos,anseios, dores e amores de uma alma feminina inconstante e confusa como a minha.

Ouvindo "Quase um segundo" de Os Paralamas do Sucesso e pensando que um dia alguém vai me tocar mais fundo que todos eles juntos e daí eu vou entender o que é ter um amor correspondido, finalmente.

2 comentários:

  1. Amores!!
    Quem inventou esse sentimento hein??
    Paramos nossa vida por causa dele!
    Será que um dia aprendemos??
    beijos amiga!

    ResponderExcluir
  2. Ah o amor, um dia ele chega no outro vai embora, causa estragos, armam reparos, inesquecíveis ou nem tanto. Mas sempre serão amores, e estaremos expostos a todo tipo de sentimento, talvez isso seja viver.
    Adorei, muito sobre você!

    ResponderExcluir