segunda-feira, 15 de março de 2010

Delicada


Queria ser delicada como as pétalas da mais simples rosa. Queria ter em mim a leveza dos pés da bailarina fazendo do palco seu picadeiro de emoções. Queria ser calma e suave como a brisa de um dia de verão.

Mas acabo sendo como una navalha afiada, peco em algumas palavras mal ditas, não ditas ou até que não deviam ser ditas.

Não sei dançar, bailarina nunca pude ser. Tenho a desenvoltura de um pato correndo na beira do lago para não ser pego, tropeço em minhas próprias pernas.

Ainda faço tempestades, algumas de pequena outras de grande proporção, mas acabo destruindo com elas meus poucos dias de verão.

Eu queria, como Cazuza, a sorte de um amor tranquilo, mas acabei esbarrando pelo caminho com tantas tormentas e desamores que as vezes custo a acreditar que esse sonho seja possível.

Não sou solúvel em água, se o fosse já teria me esvaido nas águas que derramei, que escorreram face abaixo.

Sou assim, as vezes doce, as vezes amarga. Mas sei reconhecer minhas falhas e buscar nelas forças pra caminhar e seguir em frente.

Um comentário:

  1. "Tenho a desenvoltura de um pato correndo na beira do lago para não ser pego, tropeço em minhas próprias pernas."
    Ok, agora pare de escrever minha vida :D

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