sábado, 29 de janeiro de 2011
O proibido
Curioso como não consigo gostar de gente extremamente boa, impecável, totalmente justa, imparcial que não comete (ou demonstra não cometer) um errinho sequer. Essas pessoas me dão preguiça, me dão uma impressão clichê da vida, francamente eu tento evitar.
Mocinhas do cinema, da TV um dia tiveram seu fascínio, até mesmo as mocinhas da literatura tiveram. Um dia elas encantaram os olhares alheios. Hoje são mera história coberta de água com açúcar, melodrama, figurinha repetida.
Não é a toa que meu personagem masculino favorito na literatura teria todas as características de um ogro, talvez primo ou irmão de um, mas não me atenho a isso, o que me fascina imensamente suas características humanas.
Assim fica nítido que gosto do que errado, do que é incerto. Talvez, nem sempre, creio eu. Mas há um brilho especial no diferente que misteriosamente me atrai, me procura e acabo me rendendo algumas vezes a ele. Não que eu torça pelas Clara, Bia Falcão ou Flora em finais de novela. Ou que tenha apenas olhos para o que é mal. Aliás, vejo com certa ressalva o bem e o mal. Mas um pouquinho de malícia aqui e acolá tem seu charme, em doses quase homeopáticas faz bem a saúde.
O que mais me irrita em mocinhas novelescas é essa tal falta de humanidade. É preciso que exista o erro, a falha, a mudança, o desejo, o mistério. Acho que essa é a graça de tudo e por isso que evito a televisão, preciso de altas doses diárias de realidade, de pessoas como eu, humanas, limitadas, imprevisiveis.
Porém, faço a ressalva de que é preciso não perder a ternura, um "cadinho" de doçura, certa porção de ingenuidade pra equilibrar. Isso! Equilíbrio!
Nem sempre é ruim dar uma mordida na maçã e experimentar novas emoções.
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